< Manual do Espaço e do Tempo: Conversa com a Chuva...

21 novembro 2005

Conversa com a Chuva...

Oiço a chuva lá fora. Oiço o seu choro. Em sintonia estamos… Mas as minhas lágrimas são silenciosas, ninguém as ouve, ninguém as vê, ninguém as sente a escorrerem na face. Dolorosas são, como se fossem cristais, que caem e se partem no chão que piso. O caminho que percorro fragmenta-se em desilusões.
Desejos tenho, em sentir calor e cheiros, que a memória desenha e a mente imagina. Queria te aqui comigo. Nem que fosse para te olhar! Para me ajudares a dormir…há semanas que não durmo! Que não te olho! Que não te cheiro! Que não sinto calor humano! A chuva vai acalmando o seu choro…só quero acalmar o meu….
Impulsivamente escuto-a! Murmura-me… conta-me os seus segredos, os seus medos… canta-me uma melodia tristemente! O seu mundo é mau como o meu! Os sonhos cor-de-rosa são raros e os pesadelos abundantes. Como te percebo misteriosa revelação da Natureza. Sinto cada gotinha a cair me na face e a percorrer-me as veias. Tenho medo do veneno dessas lágrimas! Os momentos morrem lentamente… Horas ficam retidas na memória…dizem-me os relógios que no espaço ficam suspensos. Lá fora a chuva acalma-se… Lentamente me vai murmurando o saciar de cada gota. Uma por uma, silenciosamente se cala… abandonando-me.

S.T.N
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